14 de mar. de 2009

Viagem Poços de Caldas - Volta

Pessoal,
Estou pra falar há algum tempinho sobre a viagem de volta de Poços de Caldas para o Rio de Janeiro, mas estava com muuuita preguiça de falar desse episódio tão traumático pra mim... O que aconteceu foi que o retorno para o Rio de Janeiro foi um problemão. Primeiramente porque em Poços de caldas no último dia de viagem choveu sem parar, sem que pudéssemos passear pela cidade a noite. Nesse retorno não tenho registro de fotos, até porque choveu muito nos últimos 300km da viagem, deixando nossas roupas totalmente molhadas (mesmo com capa de chuva) e sem possibilidade de levarmos a câmera no corpo.
Além disso, grande parte desses momentos de chuva foram tensos, primeiramente pela minha inexperiência em viagens muito longas e também pelo meu trauma de chuvas - Assim que tirei minha carteira, cai 2 semanas seguidas por causa da chuva. Isso me deu um medo muito grande de dirigir nesse tipo de situação, o que só foi melhorando nos últimos 6 meses, quando minha namorada e eu começamos a enfrentar esse problema juntos. Se não fosse a confiança e a calma que ela sempre passou nesses momentos para mim e a força do Céu para me guiar não sei o que seria.
No dia da viagem, resolvemos acordar as 7h com previsão de saída as 8h da manhã. Quando acordei não havia chuva - UFA! - Pelo menos uma parte da viagem sem problemas!
Bem, saímos de Poços de Caldas as 8:30 em direção a Pouso Alegre- Primeiro estágio do conjunto de Serras que fazem chegar em Poços. Até ai não tivemos problemas. Com a moto, tive que verificar o parafuso da regulagem da mistura, que estava vazando gasolina.
Acabei esquecendo uma chavinha que uso para a a regulagem, o que me fez ter que sacar o carburador para regular certinho... Não havia chuva, apesar do sol estar completamente escondido pelas nuvens. Passamos, quer dizer, fomos parados, por uma Blitz da PRF no meio da estrada. Após checagens de documentos, verificações de lacres (ninguém acredita que já paguei o IPVA 2009 e que a moto já está vistoriada) passamos sem problemas. Chegamos a Itajubá com pingos, que foram aumentando, aumentando, aumentando.... e Enfim começou a chover.
Logo após sair da cidade a chuva começou a apertar. A partir de Itajubá começa uma série de serras até que possamos chegar em Lorena, na BR 116. A estrada estava muito ruim, pois segundo verifiquei após chegar ao Rio, choveu muito nessas cidades nos 3 dias que ficamos em Poços.
Muitos buracos e muitos calos na caixa de direção... A pista única era outro problema. Muitas vezes, por causa dos buracos, eu e os motoristas que vinham em sentido contrário tinhamos que passar para a pista contrária para que pudéssemos fugir dos buracos. Isso deixou a viagem um pouco perigosa.
A chuva não perdoava. Assim que saímos dessa serra, paramos em uma parada perto da fiscalização da Fazenda Estadual de Minas Gerais, aina em Itajubá (acredito eu). Esse posto não tinha nenhum sinal GPS, nem da Vivo e nem da NEXTEL. Ah, também não tinha Redeshop para que pudéssemos comer algo, já que eu não tinha reservado dinheiro para a volta... Ficamos parados cerca de 40 minutos esperando a chuva passar e trocando de roupas pois já estava começando a ficar muito molhado. Estávamos no topo da serra antes de chegar a Piquete, uns 60km da BR 116, que nos levaria novamente ao Rio de Janeiro. O problema é que chovia muito. Estávamos muito assustados com tudo aquilo.
Aproximadamente 13:40 passa uma pessoa avisando que a PRF iria interditar a serra que precisaríamos passar para poder retirar umas barreiras que tinham caído. Por isso, se quiséssemos chegar no Rio ainda naquele dia deveríamos descer a serra em direção a Piquete/Lorena. Foi o que fizemos. A chuva não perdoou mais uma vez. Muita neblina e um maldito caminhão a 40km/h na nossa frente. Após ultrapassá-lo aumentamos a velocidade sem perder a segurança e fomos em direção a Lorena para pegar a BR-116.
Minha idéia inicial era parar em Cachoeira Paulista (já na BR-116) para conhecer e almoçar na Canção Nova, que é um grande complexo de oração da Igreja Católica. O problema que já estávamos muito atrasados (não queria pegar estrada a noite) e não sabia chegar direto lá. Resolvi ir embora e parar em outro lugar.
Paramos em uma churrascaria (a única coisa boa da viagem de volta, além de estar vivo) perto de Lavrinhas (SP) para almoçar, pois com certeza teria Redeshop e poderíamos esperar a chuva passar um pouco. Comemos, comemos e comemos, na esperança da chuva passar, mas ela não dava trégua... diminuia mas não parava. Ficamos por conta do "vale a pena ver de novo" e mulheres apaixonadas - esperando alguma possibilidade de a chuva parar. Pensamos em ficar por lá mesmo. Após a Renata falar com sua mãe pensamos em ficar, pois em Cachoeiras de Macacú (Interior do Rio de Janeiro) também estava chovendo muito.
Antes de tomarmos a decisão, liguei para o Fábio (que posta aqui no blog) e ele falou que no Rio estava um sol daqueles. Quando ouvi isso, automaticamente fiquei mais animado, pois após a serra das Araras tudo melhoraria. Estávamos a 100 km da serra. Encorajei a Renata e seguimos viagem.
Ao sair de Lavrinhas a chuva aumentou consideravelmente - Passamos em Itatiaia e enfim Resende - Todo o carioca sabe o que é chegar em Resende - Um alívio, pois a viagem está acabando! Resolvi não parar em Resende, pois chovia muito e se parássemos fatalmente não teríamos coragem de sair - perguntei a co-pilota e ela aceitou seguir viagem - Passamos por Barra Mansa, Volta Redonda e finalmente chegamos na Serra das Araras - A chuva passou - Pensei que tudo que tinha planejado mentalmente iria se cumprir - Atravessamos a serra sem muitos problemas, apesar do frio.
Assim que passamos a serra - mais chuva - é, realmente o dia não era meu - Muita chuva - Mas já estávamos em território carioca - Passei pelas cidades-fantasma que a linha do trem corta contando os minutos para que visse uma placa - IRAJÁ (que é quando sairíamos da BR-116). Em Duque de caxias, mas precisamente no Habib's tivemos que parar, pois já estávamos há 2h sem parar na estrada, precisava ir ao banheiro e existia um congestionamento infernal nos 40km que me separavam de casa.
Nos recuperamos das 2h e fomos pelo corredor até chegar ao IRAJÁ que é o acesso a
Avenida Brasil. Essa "rodovia" é uma artéria da cidade - corta grande parte dos bairros e é entroncamento de várias rodovias estaduais e federais.
Quando chegamos na Av. Brasil nos deparamos com mais um problema - ALAGAMENTO - é meus caros - cheguei ao Rio de Janeiro e ainda tive que colocar a Gertrudes pra beber água. Passei por bolsões d'água que deixavam a Gertrudes encobertas até o motor. Se não fosse minhas "técnicas de sobrevivência" e meu estágio no "Cirque du Soléi" não sei o que seria de mim. Mas finalmente consegui chegar em casa a salvo, apesar de muito cansado e molhado após mais de 10 horas de viagem.
Espero que não passem esses sufocos em viagem!
Abraços

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa companheiro fiquei comovido c/sua historia pq é muito ruim chuva nessa situaçao, quando estou só nem me preocupo muito, mais quando estou c/minha esposa é cruel, fazer ela passar por essa situação, não é muito agradavel, mais fazer o quer, ela decidiu se casar comigo aventureiro!rss é tão bola p/ frente!rss

Mais me parece q sua esposa foi bem forte, isso realmente faz um diferencial nessas horas, e parabens p/vcs dois, afinal pode se considerar isso como uma superação, afinal tudo na vida é superação, passar pelas barreiras e dificudades da vidas! rss é isso!


Forte abraço!
Junior Liberdade
Fortaleza CE

Unknown disse...

Hoje de manha... quer dizer ontem em vista do horario... ererere... caia uma chuva aki em itapipoca e eu pensando como é bom pilotar numa chuva(aki chove pouco), mas ao ler esse post brother me sensibilizei... putz que dia ein!!!

Caramba foi uma aventura em tanto, mas pelo menos vimos que nossa querida trudinha é pau pra toda obra!!! Aki no ceará ela é vista com desconfiança pelo fato de pouco tempo que chegou a nossa cidade... Mas nessa aventura awe ficou provado que ela viaja debaixo de Chuva, com garupa, passando por buraqueira e tudo mais e ainda passou por poça ein, oh moto valente!!! Trudy é Guerreira!!!

Abraço a todos!!!