14 de ago. de 2008

Dicas de pilotagem

Pilotar uma moto de forma segura e com a técnica correta exige sempre muita atenção a tudo o que se passa em volta, um preparo físico dentro de padrões aceitáveis e cuidado com a manutenção do veículo - pois mesmo o melhor piloto do mundo nada poderá fazer se, por exemplo, o freio apresentar problema e a moto não parar...
A experiência também conta. Pois com o passar dos anos, o motociclista vai aprendendo a "dominar" melhor seu veículo. Para encurtar esse caminho preparamos várias matérias com muitas dicas.
Alguns dos mais renomados pilotos brasileiros ensinam "o caminho das pedras" para que você aperfeiçoe sua técnica. Há também importantes dicas de exercícios de treinamento para melhorar a habilidade. Aproveite!

A importância do equipamento
Todo bom piloto sebe a importância de usar um bom equipamento de proteção e de ter o vestuário adequado ao tipo de uso e estilo da moto. Capacetes, botas, luvas, jaquetas, macacões e roupas especiais devem ser escolhidas com critério. Nem sempre o mais barato oferece a proteção mínima exigida e nem sempre o mais cara é garantia de qualidade. Evoluir em pilotagem também significa usar equipamentos adequados, confiáveis e de boa procedência. Confira abaixo três vestuários básicos para o motociclista evoluído.

Na pista e na rua
Único brasileiro a disputar o Campeonato Mundial de Motovelocidade - na principal categoria, a de 500 cc - o piloto Alexandre Barros faz um alerta par quem quer se comportar no trânsito como se estivesse numa pista. Pilotar em pistas de corrida e nas ruas, no meio do Trânsito, são duas coisas completamente diferentes", diz.
o Na visão de Alexandre, há mais segurança pilotando nas pistas, em velocidade superior a 200 km/h, do que no trânsito das grandes cidades. "Na corrida, todos são pilotos, estão super equipados e sabem o que fazer. Nas ruas há uma série de surpresas que podem surgir. Por isso, o bom motociclista urbano é o que está sempre muito atento, equipado e com a moto em boas condições", afirma
o Alexandre Barros aconselha que todo motociclista faça uma inspeção periódica na moto, checando freios, embreagem, folgas em manetes e pedais, sistema elétrico (farol e pisca), calibragem dos pneus e ajuste dos espelhos, retrovisores. Para ele, isto é um grande passo para que "imprevistos" não prejudiquem a pilotagem e a segurança.
o A boa postura - com coluna ereta, braços relaxados (levemente dobrados para baixo), pés paralelos ao solo e sempre próximos ao freio e pedal de câmbio - é fundamental para reações mais rápidas caso necessário, além de cansar menos o piloto, alerta Alexandre;
o Nas curvas, o principal - segundo Alexandre Barros - é entrar sempre em velocidade compatível com o tipo de mato e piso. "A mesma curva é muito diferente de ser feita com uma moto super esportiva, uma custom ou ma trail. Cada uma delas tem seu limite. Saber disso é dever do piloto", avisa.

Direita ou esquerda?
O francês Hilaire Damiron conta que um dos segredos para melhorar a técnica de pilotagem
é saber executar o contra-esterço, manobra explicado ao lado.

Ao fazer uma curva, em velocidade relativamente alta - numa estrada, por exemplo - você força o guidão da moto para o lado de "dentro" ou para o lado de "fora da curva"? Esse é uma pergunta que o piloto francês Hilária Damiron, atualmente radicado no Brasil, sempre fazia quando era instrutor de pilotagem avançada na escola de campeão Dominique Sarron, na França.
o Segundo Hilaire, a maioria dos alunos fica surpreso ao saber que a resposta correta é "empurrar" o guidão no sentido contrário ao da curva, ou seja para "fora". Essa manobra é chamada "contra-esterço". Ele explica que a maioria o faz inconscientemente, pois esta é uma reação natural ao efeito giroscópico das rodas.
o O efeito giroscóspico surge em velocidade superior a 35 km/h e se torna mais intenso quando maior for a velocidade. É um fenômeno físico criado pelo movimento giratório das rodas da moto. Sua tendência é mantê-la em pé e rodando em linha reta enquanto existir
movimentoe velocidade.
A curvatura externa existe nos pneus de motos, também ajuda quando o piloto realiza o "contra-esterço", eliminando a tendência de a moto se manter em linha reta, forçando-a a inclinar-se e "deitar' par o lado de "dentro" da curva.Mas isso somente funciona quando a velocidade é superior a 35 km/h, dependendo do tipo de moto e do tamanho de suas rodas, já que quando maior for esse diâmetro maior o efeito giroscópico. Em velocidade inferiores a 35 km/h a moto reagem como uma bicicleta.
o Ao forçar levemente o guidão para o lado contrário ao da curva, o piloto facilita o controle da moto, equilibrando as forças que atuam sobre ela. Parece contraditório, mas o "contra-esterço" serve para ajustar a moto à velocidade e a o raio da curva, podendo fazê-la "deitar" mais ou menos, conforme a necessidade.
o Quando mais força de contra-esterço o piloto aplicar sobre o guidão, mais a moto deitará e fechará a curva. A manobra é importantíssima para quem pilota em alta velocidade, mas também extremamente útil em situações normais.

Curva, como vencê-las
O piloto Alexandre Barros faz uma tomada de curva em estilo esportivo:equilíbrio entre as forças da gravidade e centrífuga.

- É na hora de fazer a curva que se conhece o bom piloto, já que nas retas exige-se pouca habilidade. E cada estilo e tamanho de moto apresenta um limite diferente quando o assunto é curva.

- Fazer um curva também envolve física, pois duas forças básicas atuam na moto. A da gravidade (peso da moto e a do piloto) que com a moto inclinada, a comprime contra o chão. E a força centrífuga que, devida a velocidade"empurra" a moto para fora da curva. Essas duas forças agem sobre a suspensão e os pneus . É do equilíbrio entre elas e da aderências dos pneus à superfície que depende uma curva bem feita.

-Quanto maior e mais pesada a moto, mais ela sofrerá com a força centrífuga. O mesmo ocorre com a velocidade: quanto mais rápido mais se sente o efeito da força centrífuga. Tem mais: quanto mais fechada a curva, maior será a ação da força centrífuga.

A arte de fazer a curva.
O segredo de uma curva bem feita é reduzir a velocidade antes de "entrar" - se for necessário frear, use os freios dianteiro e traseiro ao mesmo tempo, antes da curva- inclinar a moto e corpo de acordo com necessidade, manter aceleração constante e só aumentar a aceleração depois de terminada a curva.

Ao lado foto 2, curva mais usal, com corpo e moto inclinado no mesmo ângulo, foto 01 , curva mais radical , usada em competições de motovelocidade: o juelho do piloto serve como apoio, tocando ao solo.

Não se deve frear "dentro da curva".A frenagem deve ser feita sempre antes, com a moto ainda na vertical, para então iniciar o movimento de inclinação em velocidade constante.-
Em baixa velocidade, o piloto enclina mais a moto que o corpo. Ou seja , o corpo fica quase na vertical enquanto a moto "deita". Essa técnica é usada no dia -a-dia, servindo para desviar de buracos e outros obstáculos.

- Em média velocidade, piloto e moto inclinam-se no mesmo ângulo. É a técnica mais comum, podendo ser usada também em velocidade mais altas.

-Em alta velocidade, pode-se usar o "pêndulo", técnica mais avançada, comum em competições, mas não indicada para iniciantes. Nela, o piloto inclina-se mais que a motocicleta, diminuindo assim a força centrífuga, e permitindo que a moto fique o mais na vertical possível, aumentando a aderência dos pneus á superfície. Ponde ser um recurso também em pista molhada ou escorregadia.

- Fazer o "pêndulo" corretamente exige expediência e treinamento - o que geralmente só se consegue em pistas de competição.Em motos esportivas, por exemplo, é mais fácil aprender corretamente o pêndulo porque são modelos planejados para um uso mais radical.

Numa moto custon, como uma Harley-Davidson, geralmente pesada, com pedaleiras e escape muito próximos do solo, dificilmente se usará a técnica do pêndulo. Por isso, o piloto deve adequar o estilo de pilotagem ao estilo da moto.

Areia, buraco, poça d'água, ondulações e ... mancha de óleo na pista são os principais inimigos da moto numa curva. Portanto, olhe sempre para o ponta mais à frente na curva, nunca para o mais próximo. Antever problemas alguns metros adiante pode ser a diferença entre desviar ou levar o tombo.

Fonte: Revista Duas Rodas. Edição 288

1 comentários:

Armando Cesar disse...

Olá Daniel....mt boas dicas....eu estava com saudade de ver este site movimentado...gd abs...